Linha 298 – Castelo-Acari
Óculos no ônibus
desorbitado
desorbitado
no ponto onde descem
lágrimas e passageiros.
O motorista com cara de gangster.
Na freada brusca
derrapo qualquer possibilidade.
Inverossímil viagem
a vida.
Meus gestos na neblina,
na cega calmaria morna
do piloto automático;
em romaria â mina morta
onde o amor vale menos
que um bilhete de metrô.
O motorista me ameaça
palavrões e pistola
me jogam para fora:
já não caibo mais em nenhuma viagem.
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