Corpo enrolado em névoa
e arame farpado,
movo placas tectônicas,
camadas de fotos aéreas
em infravermelho,
pacotes de liga de solidão e amnésia.
Escamas metálicas
nos olhos de acrílico
e em suas marquises de carbono,
miro muros em ruínas;
gravadas no náilon da pele
cargas de C4,
acupuntura em pontos enigmáticos.
Instalo
sensores de distância
e movimento,
qualquer fragrância
em falso
de entendimento e primavera
aciono o controle remoto.
Material refratário
à lua de camurça
sobre o campo de gencianas azuis,
meu chapéu de nenúfar,
camuflagem no câncer da paisagem,
me conduz em ruas de resina
âmbar
entre armadilhas de argamassa e batuque.
O programa completo do holograma
do homem blindado e invisível
oculta cornucópia na lua cheia.
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