Cidade sem olhos,
Tebas,
a de sete portas,
inaugura sua nova
arquitortura.
Trocou retinas humanas
por câmaras de Cérbero
em alta definição
do inferno.
População cega
não age,
ob
serva
o mundo,
tudo e todos,
agora
monumental submundo.
Fones no umbigo,
celulares ao vento
lotam de solidão as avenidas.
Foram-se os heróis,
vieram as celebridades
e uma espessa camada gosmenta
de palavras acomodadas
em poemas.
Quando voltarão o
incômodo, a turbulência e o tumulto?
E,a arquitortura infernal prossegue em torno de nós... os acomodados!
ResponderExcluirValeu, Célia. Felizmente as placas tectônicas dos acontecimentos deslocam, vez ou outra, a cidade e evitam o embalsamento do humano. Certo, são pequenas as fissuras e demoram muito tempo para florescer, mas somos salvos pelos abalos, são eles que nos suspendem muito acima dos abismos.
ExcluirOi, rapaz, belo poema.
ResponderExcluirObrigado, Haron. Saudades daquelas derivas nas aulas com o Dau. Parabéns pelas crônicas que você tem divulgado.
ExcluirAcomodações são estágios, os mapa mudam, as pessoas somem, o mundo gira. Mas o inferno continua aquecido...
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