Saiu do prédio
apressada,
os passos de olho no relógio,
talvez expulsa por um demônio;
um que salta muito além do sono
e se instala no momento em que
a louça suja ainda na mesa e nuvens atrás da janela
(demônio do meio-dia, diziam os antigos).
A bolsa não sossegava nos ombros.
A vida também escorregava
as mãos no celular
só para se ancorar em caixa postal.
Talvez fosse ao cinema
combater a lava embargada
no fundo da garganta
com leveza de comédia romântica.
Talvez pensasse
em acerto de contas com o amante
negligente,
até mesmo em tiro de misericórdia.
Mas quem pode saber
aonde vai uma mulher
em vermelho incandescente?
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