quarta-feira, 26 de junho de 2013

Eu sou um outro sempre uma nuvem à frente




















Há algo comigo
que não assimilo.
Em mim
o mais distante
horizonte
rasga o umbigo
e segue adiante
indiferente
ao meu pânico,
um afluente
inverso
- rio de matéria escura-
corre em refluxo constante,
ilegível verbo evasivo
inconjugável
conjura a falência dos sentidos.
Entre pleura e pneuma
o trânsito de inessência
intratável,
um lance
sempre fora de alcance.

E se eu for
somente aquilo que me escapa?


3 comentários:

  1. Isso também é muito do que sinto/escrevo. Gosto de me encontrar aqui.

    Beijo.

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  2. Lara, algum coisa em nós bate na mesma pulsação.
    Beijo

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  3. Acho mesmo que a gente sempre é aquilo que nos escapa. Quando se consegue - etereamente - apreender, vira poesia.

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