quinta-feira, 11 de julho de 2013

À beira-luz



















Quando caminhávamos
juntos
sem pisar em culpas
e a força do sol
queimava costas e nucas
e o mar
era um rebanho líquido
acalentando
barcos sem rumo
e o vento jogava os seus  cabelos
um palmo acima dos ombros
e as pedras,
sim as pedras diziam
infâmias à nossa deriva,
e parecia que talvez
nuvens listassem o céu
mais tarde
para que escrevêssemos
pequenas frases sem ritmo,
o fio da conversa
era o fulgor da alegria
que escorria como girafa cega
no seu sorriso tão solto
que inundava o mar.



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