sábado, 20 de julho de 2013

O assassinato do manequim



















Não um poema
segundo rigorosa investigação,
apenas simples etiqueta
ao lado do corpo,
remarcação de peças,
preços,
desapreço.

Estátuas sangraram lágrimas
contábeis:
os crocodilos atrás das vitrines
exibiram falhas do olfato,
deixaram escapar das pedras
no asfalto
a revista diária
aos cacos de vidas moídas
em longas jornadas
sorriso e padrão classe A
afora,
vendedoras
lobotomizadas
em overdose de rivotril,
os nervos 
necrosados
quilômetros à frente
da placa
SEM FUTURO.

Mas há quem prefira
flores e preces
para o manequim morto.


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