A três passos
da descoberta
a palavra
murcha
no canto da
boca.
Sílabas
na saliva,
sal
na língua
suja.
A escrita
um corpo
quase,
devassa,
devastação.
Gastei minha
sombra
à procura,
virei exumador
de cadáveres,
vermes,
vocábulos.
Meio milímetro a
mais
nuvem epifânica esplenderia.
Pelos versos
sempre escapa o
poema
ralo afora,
bueiro,
lapso,
no colo de uma
vírgula nefasta.
Provo Nicanor Parra,
me valho de
Vallejo,
malho Mallarmé
em sintaxe exata,
acendo Drummond
na madrugada
morta.
Heresia ou
hermenêutica,
nada do poema,
nadinha.
Nunca o poema,
somente abalos
sísmicos
espalham na pele
das palavras
sombra e susto
de inominada
passagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário