Um poeta louco
colocou um pelotão de decassílabos
alinhado em colunas imponentes
e ordenou, com voz de besouro modernista,
o fuzilamento de todas as rimas.
Atingidas por rajadas
de chaves de ouro, cesuras e granadas
as estrofes fugiram em pânico
para o pântano Anacrônico.
Do outro lado da página
leitores exaltados
tiveram crises de versos e nervos.
Afundaram palavras em liberdade
em baús gigantes
e jogaram fora as chaves
de qualquer poética.
O poeta louco,
mais louco ainda,
isolou a experiência em experimento.
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