Comente o efeito de sem sentido nas palavras e expressões entre
aspas no texto.
Use lápis 2B, régua, compasso, transferidor, máquina de
calcular e bússola.
Naufrágio como “deriva” não em
oceano, antes sinuoso esgueirar-se entre becos e luas metálicas. “Talvez Dinamene”
no fundo, talvez mil sereias à frente, talvez o tesouro dos incas. Quem sabe
escombros de barcos piratas no mapa de Tortuga, restos da invencível armada ou
barco viking a caminho da América pré-colombiana, navios fantasmas? Naufragar
sem gritos no convés, sem drama secreto, nenhum pânico no olhar, sem a reação
instintiva de correr para a sala de armas, sem invocação a Netuno. Guardar tragédias e assombros apenas para as
páginas da História trágico-marítima, publicada por Bernardo Gomes de Brito em 1735-36.
Naufrágio é mergulho interno, íntimo movimento de quem se aventura em “linguagens
inavegáveis”. A mais funda herança lusitana em ondas nos “azulejos azuis do
peito”. Líquido e fugidio conceito,
naufrágio também é a minha “queda” dentro dos seus olhos suspensos em “nuvens
de lâmpadas queimadas”. Você que é tão céu e oceano. Não se necessita de
margens, portos, cidades, barcos ou pranchas de surfe para que a tempestade se
arme. Nenhum naufrágio possui a segurança de um fundo, que lhe forneça destino
ou rumo. Naufrágio é toda a esperança de abraçar o aberto.
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