domingo, 17 de fevereiro de 2013

Porta





















A hégira
arrasta
túnicas e sandálias
por uma porta
sem chave de volta.

Sal em mãos de halomante
anuncia hecatombe
adiante,
na zona fantasma
das palavras.

Guardada em pen drives
a diáspora:
hiatos, manchas, lamentos.

Os ventos incineram nomes e pegadas
nas areias,
movediças figuras minúsculas
em colunas
mimetizam estrias no deserto.

A porta, um pêndulo;
o impacto de seu impulso
ímpeto sem pouso.

Arder,
ardor,
andar.



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