De cismar à noite olhando as estrelas
decadentes das mulheres da vida
tropecei numa lixeira abóbora,
caí, bati com textos inéditos no chão
de minha cabeça opaca no meio da praça.
A abóbada guardou suas vértebras,
envergonhada, acima dos arranha-céus.
Eu, de alma suja e corpo exausto,
levantei acelerado a lua derramada.
Como insaciável assassino invisível
na contramão, na contraluz, ao léu
continuei contrabandeando poesia
em flocos, em pó ou em bolinhas de papel.
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