terça-feira, 16 de abril de 2013

Lua de argila


























O ocre da escuta
destila
líquido
fio
acre
de tragédia
em tom labareda
alaranjada.

Estuam-se
na foz da noite
em que flutuam
águas-estojo do rio,
lâminas lucíferas
lançadas em roxo
para estufar o mar.

Brilho e barro
bifurcam o meridiano,
laço ou forca
do qual pende a lua
morta.
O cosmos oculto
atrás da lama dos prédios.
Em ângulo deslocado
alguma logomarca
coloca a lua num saco.

É preciso acender outro  vocabulário.


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