Domingo de dormência nos dedos.
Abro o livro de outra graça
e fulgor
para entoar preces às
seis da tarde
não em capela,
mas em pleno bas fond.
As letras regurgitam
passagens
de impasses e perfídia
espalhadas na argila por
um órgão
de sacras linhas majestosas,
acordes e versículos de
bile negra
saltam de salmos
apócrifos
para contrição cancerosa.
Um pobre diabo saiu de
Charleville
como beat
(falam os arqueólogos
de um corpo agora pedras
abissínias
em língua copta).
Certo mesmo
restou registro fotográfico:
o pequeno descabelado
carimbando
com mãos de menina
íris e pupilas
de devastadora iluminação
luciferina.
Esse menino-demônio de
outra id(entid)ade,
rosto de arremessador de
dinamite,
roubou-me o fio desencapado
da escrita,
levou palavras e sintaxe
em sacos de contrabando,
clandestinizou com hybris adolescente
fugas,
roteiros,
viagens.
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