Para Heloisa Levicovtz
Veio a morte
por uma calçada úmida,
peitos fora da capa
e uma sombrinha encarnada.
Leu a tabuleta na entrada,
empurrou a porta dupla
já sem luvas
largou a bolsa larga
e molhada
aos pés da escada.
Incompreensíveis palavras
amaldiçoaram a chuva
e o frio lá fora.
A dama solitária
cultivava rosas e risos,
os cílios de cinzas alongavam
sombras móveis a dançar
todos os ritmos da felicidade
nas paredes.
Levaria em breve
os mais leves e velozes
dançarinos;
contrabando de cordas e calor
para o outro lado do samba.
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