sábado, 11 de fevereiro de 2012

Neve

Inventei-me um outro e fiz um poema para postar no Facebook. Fazia muito calor e ingressei em um tempo distante para apreender ou desaprender os caminhos do exílio, em todas as suas formas. 
O falso poeta, o falso tradutor e o texto integram algo indivisível. Não há razão alguma para explicar o que está cifrado no texto. Quem puder que descubra.




















Um poema de Stanislaw Warneńczyk (1889-1944)




A caminho de Cracóvia
caí.
Flocos de nuvens saíam
de minhas botas curvas.
O casaco escutava o vento
soprar uma canção de cinzas
entre memória e remendos .
O céu estava esplêndido,
azul com trovões humanos.
Tanta beleza
desabava
paredes de sinagogas e igrejas.
Levantei-me
e segui para o sul.


Traduzido do polonês por Zantonsky


Um comentário:

  1. ... e a "falsa leitora" ousa decifrar: guerra temporal, física ou emocional... e na memória, a fuga para outras paisagens...
    Poema, incrível! Abraço, Célia.

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