José Antônio Cavalcanti
Enjaulado em zoomotel
amo teu sexo em brasa,
entre bijuterias e botox.
Esqueço os piercings e o código,
erro a senha de acesso às tatuagens
entre as tuas pernas resinosas.
Há vida em outras gaiolas,
câmaras de torturas e obscenidades.
Casais em aço e alumínio
acariciam a polpa do vazio,
entre urros, contas e fantasia.
Enlouqueço sobre, dentro, fora.
Ofereço carícia e ferocidade,
corto a jugular de passado e família.
O prédio cercado pela polícia,
imerso em sirenes e silicone,
descubro drogado de desalento:
só eu amo e danço na contramão.
Diálogo com o espaço contemporâneo, com a realidade urbana. Senti-me num pequeno clip, num curta, onde o código é poético e múltiplo. Parabéns! Gostei do poema, do fluxo das palavras.
ResponderExcluir..."descubro drogado de desalento:só eu amo e danço na contramão"...
ResponderExcluirSua descoberta final antepõe a todo o romantismo sensual, mas enfrenta a realidade da vida! O que é bem melhor. Abraço, Célia.