sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Quá-quá-quá em tablete meio amargo





















Quá-quá-quá em tablete meio amargo



Atravesso uma quadratura aquátil
palafitas
                malditas
                                : as palavras

Casa do falso quediva do Cairo
em ondas de quebra-verso
à deriva

Quiçá um esquadro
de quartzo no meio do quarto
ou de um quasar
quebre meu queixo
antes que a roda de um carro

Quero
a quântica quenga
do último bolero
que fugiu com o roteirista
cego

Mas o serviço de entrega
à queima-roupa
me reserva anódinas encomendas

a) Dois versos de Paul Celan
     dentro de vidro de azeitonas
     “Deslizas: o granizo negro da melancolia
     Cai num lenço, todo branco pelo aceno de despedida”

b) Caixa com fotografias extraviadas
     menina com um cãozinho beagle no colo
     mulher quíchua de olhos quebrados
     contra a neve dos Andes
     homem mal passado

c) Apólice de plano de apo(sentado)ria
      bilhete anexo
      “prazo de validade ilegível”


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