quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ronda alta




Lanço meus passos
na rua escura.
No tropel de horas
mortas
a lua madura
de tempestades
despeja
minha sombra
nas laterais
de prédios
blindados.

Não vejo onde piso,
não sigo as placas,
semáforos,
pedras portuguesas.

Vestido de amnésia,
chapéu borsalino,
bolsa a tiracolo
repleta de originais rejeitados,
espero um assassino
em cada esquina.

Espera e trajeto totalmente inúteis,
minha sombra,
faca de caça bem alta,
prova viva de minha suspeita
- sou homicida sem substituto.


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