terça-feira, 17 de junho de 2014

360º


 



O mar é minha pele
salina e leve.
Azul e alada,
a água pulsa
em onda brusca,
breve,
espiralada.

Em meus olhos aquosos
algas  negras anunciam
novas ondas imprevistas;
vulcânicas  e velozes
me alagam e me largam
na pele arenosa do fundo.

Sonho surfar o insondável.
Pulo ousadia no oceano,
sinto o impulso suicida
de lançar meu nome camicase
contra tsunamis,
contra a violência circular
do tempo
e sua matilha de milênios e minutos.


O mar,
meu berço,
meu túmulo.


2 comentários:

  1. Belíssimo, José, gostei muito dos últimos poemas, com destaque para este, Manada e Manadas em arenas.
    Demais!
    Abraço.

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  2. Valeu, Lara. Elogio vindo de você equivale a selo do Inmetro.Beijos.

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