Vladimir Kush |
José Antônio Cavalcanti
Até então
se podia
seguir
na contramão
do mesmo
ou a esmo.
Havia
vidas fora do
ar,
em vias de rumo
qualquer;
câncer de avidez
em vidros-galerias.
Talvez naufrágio,
talvez poesia.
Pouco a pouco
os gestos gotejam abstratos
como zeros gastos
ou carros abandonados
em fuga.
Sem caminho
na cidade,
sem espessura,
volume,
densidade,
o mundo se desloca,
o eixo da Terra muda.
Tudo se turva,
tudo se nubla,
tudo se apaga,
agora,
com a faca da sua ausência
cravada na garganta.
A imagem me instigou a ler esses versos de pura imaginação!
ResponderExcluirUm beijo imenso!
Muito lindo este poema!
ResponderExcluirAbraço,
Cristina Macedo
Teca e Cris, só hoje li os comentarios. A imagem é do incrível pintor russo Vladimir Kush (esqueci de dar o crédito).
ResponderExcluirÉ sempre bom saber que aquilo que nos atinge também é capaz de alcançar, por outros e misteriosos caminhos, a "escuta" do outra lado da página ou tela.