Cais não sou.
Em mim amarras
não formam amálgama
de amor e algas.
A lua de gala
de qualquer nave
são ânsias de ave
em corpo de âncoras.
Cais não sou,
antes calado.
Em mim palavras
passeiam descabeladas;
o vento no ouvido
e nas camisolas
sopra no porto
portas descascadas.
O eco encardido
assobia partidas.
Cais não sou,
antes o sulco
do lado oposto do casco,
o risco de ser exposto
a rochas e ângulos mortos.
A pressa das velas
desaba o horizonte.
Despovoada, a cidade
deserda chegadas.
O amor a léguas
naufraga nas águas invisíveis
do mar malhado de malogros.
Cais não sou,
sequer cantor.
Giro o leme em direção incerta,
pinto o vento de azul
e afundo meu anticanto
em versos molhados de deriva.
Sou o colecionador de abismos.
Em mim amarras
não formam amálgama
de amor e algas.
A lua de gala
de qualquer nave
são ânsias de ave
em corpo de âncoras.
Cais não sou,
antes calado.
Em mim palavras
passeiam descabeladas;
o vento no ouvido
e nas camisolas
sopra no porto
portas descascadas.
O eco encardido
assobia partidas.
Cais não sou,
antes o sulco
do lado oposto do casco,
o risco de ser exposto
a rochas e ângulos mortos.
A pressa das velas
desaba o horizonte.
Despovoada, a cidade
deserda chegadas.
O amor a léguas
naufraga nas águas invisíveis
do mar malhado de malogros.
Cais não sou,
sequer cantor.
Giro o leme em direção incerta,
pinto o vento de azul
e afundo meu anticanto
em versos molhados de deriva.
Sou o colecionador de abismos.
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