Não
há, depois da fermentação dos órgãos, da sutura dos tecidos, ponto de
restauração de ossos e certezas. Nenhum fio materno virá redimir, ao amparar o
corpo extinto, anos de barbárie no pântano. Vê: há certa beleza geométrica na
floração de máculas espalhadas como semáforos por uma superfície já inavegável.
E os olhos? Observe as cenas submersas pulsando atrás das pálpebras inchadas: mãe
abandonada em plantões hospitalares, pano, balde e rodo em sanitários
infestados de pestilência; mãe de noites estendidas em pânico quando o
filho conduzia uma gangue de hirsutos em farrapos pelas ruas do bairro apóstata;
mãe em apneia escrita em livro de ocorrências paranormais: peixes multiplicados
por asfixia na cortina d’água, x9 ressuscitado para clandestina execução
sumária, putas inscritas em liturgia pornoangelical, cegos que se amplificaram
em câncer e surdez. Janelas fechadas à passagem de anódino cortejo, portas
trancadas a pavor pleno, crianças nos cômodos mais fundos. Vê: eis o morto em
ângulo sólido. Não, não é o dedo médio que lavra insultos a sacerdotes-eunucos.
Algo se monumentaliza por causa da pressão hidrostática causada por ingurgitamento venoso, o pau insurgente de Prometu, a curvatura do corpo cavernoso atira mitos, nódulos e coágulos contra a eternidade. Príapo de volta aos braços maternos.
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