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Trabalho do pintor espanhol Dino Valls |
A fila da sorveteria
abrigava geleira
quando a blusa azul
(o vento nas mangas
bordava um buraco negro
no qual desaparecia
a metade à sua frente
e todos atrás de você
se dissolviam no ar)
sacava pedras de gelo
de olhos verdes
virados para a ardósia
do muro,
cartazes antigos na gordura.
Arremessá-las
enlaçadas em fitas e risos
nervosos
contra o velho lobo ladino
exercício inútil.
Seu gelo,
Seu gelo,
meu osso.
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