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“Paisagem em azul”, tríptico de 1966, Antonio Bandeira |
Este poema foi publicado na revista Desafio, nov/1977.
estranhas paisagens
tecem sinfonias
na pele do país
navios fantasmas
singram insônias
na pele do país
viúvas enlouquecidas
cantam amores perdidos
na pele do país
celerados insolentes
semeiam medo
na pele do país
corpos deserdados
dormem abandono
na pele do país
poetas carbonários
incendeiam palavras
na pele do país
flores alucinógenas
amadurecem perfumes
na pele do país
pássaros peregrinos
desinventam harmonias
na pele do país
arquitetos da aridez
desesperam auroras
na pele do país
cinéreas crianças
esparzem tragédias
na pele do país
estrelas instáveis
varrem madrugadas
na pele do país
carícias atrevidas
incrustam cimitarras
na pele do país
[nessa pele
ResponderExcluironde o corpo sem sintonia
o passo em descaminho,
contrário
nessa pele onde os ossos que nos movem, se abrigam.]
um imenso abraço, Amigo José
Lb