René Magritte |
José Antônio Cavalcanti
Passos no pátio
avançavam uma sombra rosa
e óculos míopes.
As lentes
(atrás delas, fendas
ou telas verde-serpente me rasuravam)
guardavam em gastas sacolas
ou em pastas peroladas,
letras de exercícios e provas.
Um sol etíope instalava
freios e travas na memória.
Tudo submergiu, na tarde morta,
ao abalo corporal e cósmico.
Quando ela fez a curva,
o tempo extirpou todas as pontes.
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