Domingo, dia de
remexer o baú. Encontrei este poema antigo, do tempo em que ainda me preocupava
em registrar a data. Pareceu-me tão outro aquele que o criou.
Fala Marinha I
Naveamar
singrar as baías
do teu corpo de algas
Perder os teus lábios
ao colidir com recifes
Fora de alinhamento
sousandradino bêbado
folheando palavras
no fundo falso do mar
O poema?
Ah, não se constroem poemas apenas com palavras,
sempre remendos nas velas:
silêncio,
ausência,
pausa,
falha.
Situar-se dentro
dançar na corda
sentar-se no muro
tudo é navegar
O mundo é um bolo de chocolate
torta caramelada
vela a se apagar
num sopro vespertino
de infante de águas invisíveis
Navegar o silêncio
a cortar conchas e caramujos
O corpo
esponja a ondular
oficina de cavalos-marinhos e estrelas-do-mar
Rio, 22.06.1976
Fala Marinha I
Naveamar
singrar as baías
do teu corpo de algas
Perder os teus lábios
ao colidir com recifes
Fora de alinhamento
sousandradino bêbado
folheando palavras
no fundo falso do mar
O poema?
Ah, não se constroem poemas apenas com palavras,
sempre remendos nas velas:
silêncio,
ausência,
pausa,
falha.
Situar-se dentro
dançar na corda
sentar-se no muro
tudo é navegar
O mundo é um bolo de chocolate
torta caramelada
vela a se apagar
num sopro vespertino
de infante de águas invisíveis
Navegar o silêncio
a cortar conchas e caramujos
O corpo
esponja a ondular
oficina de cavalos-marinhos e estrelas-do-mar
Rio, 22.06.1976
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