quinta-feira, 17 de maio de 2012

Arrebentação



















            

            "O tempo é um vestígio de eternidade" - Santo Agostinho


O mar é minha pele
salgada e leve.
Azul e alada,
a água pulsa
em onda aguda,
espiralada,
breve.

Em meus olhos insondáveis
algas  negras anunciam
novas ondas sem água;
vulpinas e velozes
me alagam e me largam
na pele arenosa do fundo.

Sonho surfar o invisível.
Pulo ousadia no oceano,
sinto o impulso suicida
de lançar meu nome contra a tsunami,
a desmedida violência vazia
do tempo
e sua matilha de minutos e milênios.


O mar foi meu berço,
também será meu túmulo.

Um comentário:

  1. "Homens e mar" Mistérios sem fim, sou eu morrendo no mar e o mar nascendo em mim...

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